O projeto visa a realização de formação de agentes agroflorestais na comunidade: Contagiar para o Bem Viver e cuidado comunitário, podendo assim construir caminhos para a soberania alimentar e o resgate do seu nhandereko (Modo de vida Guarani) e teko porã (Bem Viver). O Sistema Agroflorestal, também chamado de Agricultura Sintrópica, é atualmente uma das técnicas de plantio mais sustentáveis do ponto de vista ambiental, social e econômico.

Este método de plantio se baseia na maneira como as florestas se desenvolvem naturalmente. O cultivo é realizado de maneira sincronizada com espécies agrícolas (hortaliças e frutíferas) e espécies florestais. O plantio em alta densidade e diversidade é viável devido ao uso de espécies com ciclos de vida curtos, médios e longos, ocupando todos os níveis de uma floresta (baixo, médio, alto e emergente).

Ao seguir esses princípios, otimizamos o uso da luz solar, dos recursos humanos e hídricos e a regeneração do solo  resultando em cultivos agrícolas mais produtivos.

A importância do projeto de resgate do modo de vida ancestral, do nhandereko Guarani é fundamental para a continuidade da comunidade, para incentivo da juventude local e também garantia da boa nutrição das crianças, sendo essa uma das principais preocupações das lideranças da comunidade.

A comunidade possui experiência no manejo da palmeira Jussara (Euterpes edulis), espécie chave da conservação da Mata Atlântica, que durante muitos anos foi explorada no Brasil todo, para a coleta de palmito, e que hoje é preservada através da valorização de seus frutos, que se assemelha ao açaí da amazônia.

Aumentar a produção dessa espécie, através do consórcio dela com outras plantas de interesse, como o milho tradicional, a banana, e outras espécies frutíferas e medicinais, é uma estratégia que visa favorecer a cadeia produtiva da jussara, permitindo o aumento dos ingressos econômicos, bem como aumentar a soberania alimentar da comunidade.